sábado, 9 de abril de 2011

"O civismo no trânsito ou...a falta dele!", de Paula Fonseca Imagem: "google"



Infelizmente, não me foi possível publicar nada, no dia 07.04.2011, para dar continuidade às publicações, apenas,a cada dia sete. Faço-o, hoje, com a mesma intenção.
Junto o facto de que o meu pai teve, antes de partir, conhecimento deste texto em prosa de caráter "sócio-caricatural" e riu-se bastante, na medida em que, recentemente, havia decidido ser motorista de táxi. Os seus dias eram, às vezes, hilariantes! Fica a promessa de redigir um texto relacionado somente com essas vivências.
Até ao próximo dia 07! Cumprimentos em forma de "buzina" para poderem comentar de forma sonora! ;)

O civismo no trânsito ou… a falta dele!
Sou tão citadina, tão citadina, tão citadina que, um dia destes, numa vilazinha sem trânsito, parei num sinal vermelho qualquer e, só depois, reparei que se tratava de um semáforo para os comboios!?! Apesar deste meu perfil urbano, não suporto certos comportamentos tidos nas grandes metrópoles, em relação à condução de automóveis e à circulação dos transeuntes.
Reparem que continua a haver pessoas que, incrivelmente, não perceberam ainda que o facto de haver passadeiras não significa que estas sirvam para os peões se passearem, mas existem, sim, para estes … passarem!
Há, por outro lado, condutores que nunca vêem as passadeiras e sofrem de uma maleita que se contrai no tráfego, ou seja prioridadezite aguda e crónica – a preferência é sempre deles!!! Quanto aos outros que esperem, pois nós também esperamos nove meses para nascer (ou à volta disso)!
A situação, contudo, que me causa mor espanto é o de alguns fabricantes de carros se esquecerem de colocar, em certos veículos, umas determinadas lâmpadas que fazem, a meu ver, toda a diferença e a que, comummente, damos o nome de … piscas. É incrível como há tantos condutores que não indicam mudança de direção!!! Talvez as viaturas destes condutores sejam mais económicas sem os ditos piscas!!!! Compreende-se, assim sendo… Com efeito, todos sabemos, que o poder de compra continua em descida vertiginosa. Culpar-se-á o défice!!!!
Existe ainda aquele tipo de condutores cuja personalidade ou comportamento domina a sua capacidade de condução. Vejamos: temos os indecisos que parece mesmo que vão entrar na faixa de rodagem, mas, depois, decidem outra coisa; temos, também, os irritadiços - com eles o carro fica tão nervoso que até se engasga; há ainda os tímidos aos quais temos de acenar trinta vezes para que percebam que lhes estamos a ceder passagem; temos os/as maquilhadores/as que aproveitam o sinal vermelho para retocar as sombras dos olhos ou pôr batom; existem, igualmente, as “vítimas do muco nasal” que ficam a limpar continuadamente o nariz, assim que são obrigados a parar; temos, também, os barulhentos que se agarram à buzina e estabelecem, com esta, uma relação de pressão constante; existem os conversadores que gesticulam energeticamente com os outros passageiros, numa conversa animada e se esquecem, depois, que estão no automóvel; temos os apaixonados que trocam olhares e beijinhos mais ou menos discretos; existem os manda bocas, que abrem o vidro para assobiar ou chamar a atenção de uma mulher, no outro lado do passeio; há ainda os espertalhaços que gostam de passar à frente e andar nas faixas de emergência, pois para eles é tudo urgente; vemos, também, os apressados não polidos, que, quando um carro “morre” ou “vai abaixo”, num semáforo, costumam dizer: Tira lá essa “pi” da frente, ó morcão de “pi”. (sendo o pi não o 3,14 da Matemática, mas uma palavra traduzível somente com português vernáculo e, neste contexto, o pudor impede-me de maiores esclarecimentos).
Enfim…há estes e muitos outros tipos de condutores. Todavia, os que mais me arreliam são os esquecidos. Há inúmeros, hoje em dia! Esquecem-se de pedir para entrar na nossa faixa de rodagem; esquecem-se dos outros e põem-se a conversar com os conhecidos que encontram, parados no meio da rua; esquecem-se de assinalar mudança de direção; esquecem-se de alertar que vão parar para ir ao banco, para ir à padaria, para ir sei lá onde; esquecem-se de pedir desculpa por um erro cometido; esquecem-se de agradecer a cedência de passagem; esquecem-se de … ser educados! São uns … esquecidos!!!!
Sabem, fico feliz por não dispor de um altifalante, em alguns momentos!!!!
Na minha opinião (que vale o que vale), o mais importante é utilizarmos um ATITUDÓMETRO – medidor das atitudes, isto é, independentemente do tipo de condução que tenhamos, seja esta sempre cívica e solidária. Por um lado, não é preciso ficar numa fila infinita e deixar passar o pai; o primo; o tio; o sobrinho; o cunhado; o vizinho e o genro dele etc. (a não ser que seja um casamento). Por outro lado, é de evitar comportamentos deselegantes e que desrespeitam profundamente os restantes condutores.
Podem chamar-me de utópica e dizer que sempre será assim, mas se não posso mudar o mundo, mudo-me, pelo menos, a mim!

Paula Fonseca

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