quinta-feira, 7 de julho de 2011


Apesar de ter relatórios de trabalho (uns por terminar, outros por começar); apesar de me sentir "engolida" por um oceano de tristeza interminável; apesar de este dia estar a conhecer o seu fim; não poderia eu deixar de prestar a minha homenagem mensal ao meu pai - Arlindo Fonseca - e ao meu avô paterno - José Alves da Fonseca - que foram "ceifados" da sua vida terrena e cuja partida continua a alterar todas as minhas manhãs, quando acordo e percebo a sua falta...


Não costumava…


Costumo, com facilidade,
chorar, rir e amar
sem complexidade…
Costumo sentir saudade
do que ainda não fiz
do que ainda não quis…
Costumo embriagar-me
com aqueles versos
que trago ante o olhar
escutando música,
sem ninguém a tocar…
Costumo sentir o odor
dos livros que leio,
numa pausa que recheio
seja com o que for,

Mas…

Não estava acostumada a ver
a lua brincar com as estrelas,
imaginar que podia tê-las,
sem ninguém o saber…
Não costumava nunca alcançar
o que está além da linha do mar…
Hoje, mais duas pegadas:
são as minhas já previstas,
mais as tuas já esperadas,
Duas letras tão-somente
vieram como estrela cadente,
dar-me o futuro e o presente,
duas letras tão-somente:
Tu…


Paula Fonseca



* Este poema foi, na sua criação, dedicado a Sérgio Alves.